IFRO PASSADO A LIMPO: Plano de Gestão
INSTITUTO FEDERAL
DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA
E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA
PLANO DE
GESTÃO
IFRO
PASSADO A LIMPO
Prof. Dr. Renato Fernando Menegazzo Reitor Pro Tempore
Renato Fernando
Menegazzo
Professor DE de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia
(IFRO), Campus Colorado do Oeste
Matrícula SIAPE 2004866
Doutor em Biotecnologia
Aplicada à Agricultura pela Universidade Paranaense (UNIPAR) (2021)
Mestre em
Desenvolvimento Rural pela Universidade de Cruz Alta - RS (UNICRUZ) (2016)
Especialização
em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Phênix de Ciências
Humanas e Sociais do Brasil (ASSESB) (2011)
Graduação em
Ciências Biológicas pela Universidade Paranaense (UNIPAR) (2008)
Membro dos
grupos de pesquisa Ciência de Alimentos e Educação e Práticas Integradas
ifropassadoalimpo@outlook.com
CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/8001323052082998
Orcid.org/0000-0003-1597-4580
IFRO PASSADO A LIMPO
O
relato a seguir descreve minha vida pessoal e profissional, atrelada a um desejo
de mudança íntima e social que me levou a buscar o autoconhecimento e a me
aperfeiçoar do ponto de vista profissional, para não só tornar melhor a minha e
de minha família, mas a vida de todos quantos estivessem ao meu redor.
Sou
Renato Fernando Menegazzo, brasileiro, casado e pai de dois filhos. Nascido em
Erechim, no Rio Grande do Sul, passei praticamente toda minha infância e
juventude em Cascavel, no Paraná, para onde minha família se mudou quando tinha
apenas cinco anos de idade. Ainda me lembro. Naquela época já dizia que seria
repórter (desconhecia a palavra jornalista) ou professor. Acabei me tornando os
dois.
Par
e passo ao meu desenvolvimento quanto ser humano, tanto do ponto de vista
físico quanto emocional e intelectual, fui me desenvolvendo profissionalmente
ao longo dos últimos 30 anos e continuo, sempre ampliando minha consciência
coletiva, isto é, o entendimento de que sou parte de um todo e que não poderei
estar plenamente bem enquanto pessoas a minha volta, da comunidade a qual pertenço,
não estiverem também.
Por
isso, resumo nestas linhas que se seguem, minha trajetória de menino que
paralelamente aos estudos, até tornar-se homem, engraxou sapatos, ajudou a
reformar e a construir carrocerias de caminhões, fabricou rodos em uma metalúrgica,
foi office-boy e chefe de almoxarifado, preencheu notas fiscais em uma balança
de cooperativa e de modo autodidata, se tornou repórter e redator de jornais,
gerente de divisão de imprensa de prefeitura e assessor de imprensa de câmara
municipal.
Até
o jornalismo, as atividades profissionais anteriores podem ser consideradas um
estágio para o acúmulo de experiências e fortalecimento da consciência
individual e coletiva, com o propósito de ter pleno entendimento do rumo que
daria para minha vida e o papel que exerceria para ajudar a tornar a vida de
outras pessoas melhor. Estágio este reforçado por uma militância política em
grêmio estudantil, associação municipal de estudantes de ensino básico e mesmo
partidos políticos.
A
atividade de jornalista a considero muito importante e tê-la exercido por mais
de 15 anos foi uma experiência notável, excepcional. Porém, mostrou que eu só
poderia atuar no sentido de mostrar situações já criadas e evitar que se
repetissem. Excepcionalmente obtinha informações que levavam ao abortamento dos
danos. Em razão disso e ciente de que colegas mais antigos na profissão
acabavam na fila dos desempregados por se manterem fiéis aos princípios éticos,
ingressei na universidade para me tornar licenciado em Ciências Biológicas: estava
decidido a ser professor.
O
ambiente universitário contribuiu para consolidar o pensamento que me motivou a
trocar de profissão: “em sala de aula, por mais que o establishment tente me mostrar que o status quo não vai mudar, sempre será
eu, meus alunos e a possibilidade de se trabalhar de maneira holística, visando
a formação de pessoas preparadas para o mundo e o mercado do trabalho,
conscientes do importante papel que todos temos a cumprir em sociedade”.
Na
universidade, além das disciplinas da grade curricular e do estágio
supervisionado, participei de fóruns científicos, encontros pedagógicos, cursos
extracurriculares, palestras, gincanas, visitas técnicas, seminários, simpósios
e congressos. Também participei de projetos de ensino, como monitor da disciplina
de Biofísica e Fisiologia Humana; pesquisa, como pesquisador iniciante; e
extensão, também como instrutor. Ao todo, as atividades extracurriculares
somaram mais de 800 horas.
Atuação
docente
Depois
de formado, iniciei a docência lecionando em colégios particulares, para alunos
de ensino médio e de cursinhos pré-vestibulares. Trabalhei em sala de aula com
as disciplinas de Biologia e de Redação. Mais Redação do que Biologia, porque,
num primeiro momento, a maioria dos estabelecimentos de ensino se interessou
mais pela minha habilidade com a escrita do que por meus conhecimentos
relacionados ao estudo da vida.
Mas
a carreira docente só pode ser legalmente contabilizada a partir de meados de
junho de 2010, quando ingressei nos quadros da Secretaria de Educação de
Rondônia, por meio de concurso público. Antes disso, não há registro em
carteira de trabalho e tampouco declaração para comprovar, tendo em vista que
os contratos, feitos de modo informal, eram por horas de trabalho. Deste
período, só restaram as apostilas que trabalhei com meus alunos e até hoje as
guardo na minha e na memória do computador.
De
junho de 2010 a fevereiro de 2013, lecionei Biologia em turmas de primeira,
segunda e terceira séries do ensino médio. Ainda em fevereiro de 2013, comecei
a lecionar no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia,
campus Colorado do Oeste. O início de minhas atividades docentes nesta
instituição começou exatamente no dia 14 de fevereiro de 2013, sete dias após
tomar posse do cargo para o qual fui alçado mediante concurso público.
No
IFRO/Colorado do Oeste, lecionei as disciplinas de Biologia Celular, Fisiologia
Vegetal, Imunologia, Anatomia e Fisiologia Comparada dos Animais e Oficina de
Material Pedagógico, nos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas,
Engenharia Agronômica e Zootecnia, além de Biologia no Curso Técnico em
Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Também lecionei Segurança e
Biossegurança no Trabalho e Gestão no Agronegócio, no extinto Curso de
Tecnologia em Laticínios. Esta última após a conclusão do Mestrado Profissional
em Desenvolvimento Rural, com área de concentração em Desenvolvimento Rural
Sustentável e linha de pesquisa em Produção Vegetal, que cursei na Universidade
de Cruz Alta (UNICRUZ). Hoje, leciono Fisiologia Vegetal, Genética Básica,
Anatomia Humana e Biologia e Sistemática de Fanerógamas, em Licenciatura em
Ciências Biológicas, e Biologia, no técnico integrado ao ensino médio, somando
18 aulas semanais.
Projetos
Pesquisa
Dentre
as atividades de pesquisa que realizei, destaco o projeto que coordenei,
intitulado “Verificação da atividade antioxidante de extratos de plantas”,
parte I (2014) e parte II (2015), e o projeto “Verificação dos cronotipos dos
docentes, técnicos administrativos e discentes dos ensinos médio e superior do
IFRO campus Colorado do Oeste”, ambos voltados à iniciação científica e a
trabalhos de conclusão de curso. Porém, o destaque maior é para o projeto
processo 46352/2014-9 CNPq (chamada 11/2014), no qual atuei como pesquisador
voluntário, desenvolvendo atividades no Núcleo de Extensão e Pesquisa
Territorial (NEDET) do Campus Colorado do Oeste e no Território Rural do Vale
do Guaporé.
Outro
projeto de pesquisa que propus, coordenei e desenvolvi, vinculado ao ensino, é
o "Percepção ambiental como ferramenta de educação ambiental em
estabelecimentos de ensino do Cone Sul de Rondônia, pelo IFRO-CO", criado
para estimular sentimento de afinidade e mutualismo entre estudantes e o local
onde vivem, para potencializar o sentimento de pertencimento ao local e
despertar o desejo de reduzir os problemas e impactos ao ambiente por meio de
ações de educação ambiental, indo além do enfoque de áreas degradadas e
questões sociais que lhes dizem respeito.
No
mestrado, para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Rural,
desenvolvi o projeto “Propagação in vitro e propagação rápida de
mandioca para fomento da agricultura familiar e segurança alimentar”. O
desenvolvimento do projeto resultou na dissertação “Mandiocultura: atividade
agrícola para o desenvolvimento rural no Cone Sul de Rondônia”, composta por
três trabalhos de pesquisa realizados ao longo do mestrado: “Mandiocultura como
atividade de diversificação na propriedade rural”, “Multiplicação rápida (in
vitro) como ferramenta para o fortalecimento da mandiocultura” e
“Manivocultura e manivocultor: palavras novas para significados novos”.
No doutorado, para obter o título de Doutor
em Biotecnologia Aplicada à Agricultura, desenvolvi trabalhos de pesquisa
apresentados na tese “Respostas de Brachiaria spp. a ação de
aleloquímicos e a estresse hídrico”. Os trabalhos objetivaram avaliar a ação
aleloquímica de Tradescantia pallida var. purpurea sobre Brachiaria
decumbens cv. Basilisk, bem como as respostas anatomorfofisiológicas e
bioquímicas das cultivares Marandu e Piatã submetidas a estresse por diferentes
tensões no solo.
Extensão
Diversas
foram as atividades de extensão desenvolvidas desde 2013 no IFRO Colorado do
Oeste. A maioria delas voltadas para a formação de professores, a exemplo do
“Desenvolvimento e aplicação recursos pedagógicos teóricos-experimentais e
recursos pedagógicos teóricos-demonstrativos para o ensino contextualizado de
Biologia”. Mas o que considero de maior relevância e dentre os quais destaco, é
o “Núcleo de extensão para o desenvolvimento de empresa inovadora para o
desenvolvimento rural sustentável do Território de Identidade Rural Vale do
Guaporé-RO”, desenvolvido para a manutenção de Núcleos de Extensão em
Desenvolvimento Territorial (Nedets), sob a coordenado pelo Dr. Aurélio
Ferreira Borges, do IFRO-CO. Os demais projetos estão informados no meu CV
Lattes.
Ensino
Atualmente,
coordeno o projeto de ensino “Percepção Ambiental Como Ferramenta de Educação
Ambiental no IFRO-CO”, executado por acadêmicos de Licenciatura em Ciências
Biológicas com alunos do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino
Médio, dentro da extensão como compenente curricular. Em sua segunda edição, o
projeto tem como objetivo estimular o sentimento de afinidade e mutualismo
entre estudantes e o local onde vivem. Com isso, visamos potencializar o
sentimento de pertencimento ao local e despertar o desejo de reduzir os
problemas e impactos ao ambiente por meio de ações de educação ambiental, indo
além do enfoque de áreas degradadas e questões sociais que lhes dizem respeito.
O
projeto também objetiva levar os estudantes a conhecer problemas ambientais que
ocorrem ou podem estar ocorrendo na área ou campo de estudo do IFRO-Colorado do
Oeste. Com isto, pretendemos que compreendam as inter-relações entre o homem e
o ambiente e utilizem a percepção ambiental sobre áreas urbanas e rurais,
nascentes, corpos hídricos, acidentes geográficos e perfis de solo como
subsídio para a educação ambiental dos futuros alunos no âmbito escolar, para a
formação de sujeitos ecológicos potencialmente protetores do meio ambiente.
Outras
atividades
A
atuação profissional no campus Colorado do Oeste, entretanto, não se resume a
lecionar e a coordenar ou participar de projetos. Também já orientei
acadêmicos, incluindo bolsista CNPq, em trabalhos de conclusão de curso e
estágio supervisionado, além de iniciação científica, bem como co-orientei
estudantes de ensino médios em seus respectivos estágios supervisionados. Além
disso, orientei acadêmico para participar de programa de Mobilidade Estudantil,
por três meses, de novembro de 2015 a fevereiro de 2016, em Portugal, e
participei tanto na condição de presidente como de membro, de diversas bancas
de defesa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Minha
atuação não para por aí. Já fui Coordenador de Curso, substituí chefes dos
Departamentos de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação e de Ensino e coordenadores
do curso técnico de nível médio e de curso superior; participei de comissões
para seleção de professores para cursos técnicos; para composição de mesa
receptora para escolha de representantes ao Conselho Superior (Consup); para
definir critérios à composição de novas turmas; para coordenar projeto
destinado a elevação do nível de aprendizagem (monitoria); para elaboração de
plano de atividades não presenciais dos cursos no campus; para reformulação do
PPC do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio; e composição do
núcleo docente estruturante do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.
Fui
coordenador de área (sub-área Biologia) do Programa Institucional de Iniciação
à Docência (PIBID) e colaborei com a comunidade escolar como um todo, como
representante docente no Conselho Escolar do campus. Também participei
ativamente de ação de interesse institucional, atuando na elaboração de
documento regulador da atividade docente no âmbito do IFRO.
Como
representante do corpo docente do IFRO, integrei a comissão responsável pela
criação da Resolução que dispõe sobre a Regulamentação da Atividade Docente
(RAD). Em tempo: a comissão só foi criada depois de a Reitoria ter sido
provocada por mim, quando, ainda em maio de 2016, enviamos e-mail para dezenas
de docentes do Instituto com propostas para discussão, muitas das quais estão
em vigor, incluindo a proporção 1:1 de hora-aula e planejamento (para quem não
se recorda ou é mais novo no IFRO, antes tínhamos apenas oito horas para
planejar.
Conclusão
Desde
que me reconheço por gente até aqui, não fiz tudo o que gostaria, mas realizei
ações das quais posso me orgulhar, como¸ embora na 8ª série do ensino
fundamental – hoje nono ano -, ter mobilizado alunos dos períodos vespertino e
noturno para uma greve que durou 45 dias e só terminou com a assinatura da
ordem de serviço, pelo governador de Estado da época, para o início das obras
do novo prédio para a nossa Escola Estadual São Cristóvão, em Cascavel – PR.
A
verdade é que a cada experiência vivida, novos objetivos vão surgindo e novos
desafios devem ser enfrentados. É assim do ponto de vista pessoal, é também
assim no aspecto profissional. Quando se está na área educacional, os desafios
parecem estar no superlativo. Mas com trabalho, esforço e dedicação
conseguiremos sanar muitas dificuldades existentes neste importante setor. A
educação espera isso de nós, porque...
“Educar
é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: “Veja”! - e, ao falar,
aponta. O aluno olha na direção apontada e vê o que nunca viu. Seu mundo se
expande. Ele fica mais rico interiormente... E, ficando mais rico
interiormente, ele pode sentir mais alegria e dar mais alegria - que é a razão
pela qual vivemos”.
Rubem Alves
Colorado do Oeste, 11 de junho de 2022.
PLANO DE GESTÃO - CANDIDATURA
AO CARGO DE REITOR Pro
Tempore DO INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA: IFRO PASSADO
A LIMPO
RENATO FERNANDO
MENEGAZZO, JUNHO DE 2022
Depois da minha apresentação acima, no formato de
relato descritivo, apresento a seguir propostas de trabalho, que são resultados
das experiências profissionais acumuladas desde que comecei a atuar profissionalmente
no Campus Colorado do Oeste do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Rondônia e enriquecidas com o know-how proporcionado pelas
demais atividades laborais. Há muito mais propostas, mas para um mandato de
quatro, ou quiçá oito anos, em caso de eleição seguida de reeleição. Mas, em
razão da brevidade do mandato Pro Tempore, resumo aqui o que
consideramos de “urgência urgentíssima”, como volta e meia ouvimos algum
parlamentar pronunciar. Entendemos que essa urgência será atendida com a
implementação das propostas a seguir:
Reconstrução
democrática
Começo salientando que pretendemos iniciar uma
transformação no IFRO, que chamamos de reconstrução
democrática. Todos os esforços
serão envidados para devolver o Instituto ao público, porque bem sabemos, hoje
ele está sendo conduzido por uma gestão que se começou, em meados de março de 2015,
ressaltando a valorização da educação como pilar para o combate a desigualdades
na área de abrangência da instituição, acabou adquirindo tendências à
autocracia.
Vamos reverter isso, porque nosso único interesse é
que o IFRO cumpra com sua missão: “Promover educação profissional, científica e
tecnológica de excelência, por meio da integração entre ensino, pesquisa e
extensão, com foco na formação de cidadãos comprometidos com o desenvolvimento
humano, econômico, cultural, social e ambiental sustentável”. Não há interesse
pessoal em ser Reitor Pro Tempore do Instituto, muito menos
político-partidário!
A reconstrução democrática passa por uma auditoria no IFRO (de
contratos e redistribuições, por exemplo), ou seja, vamos passar o Instituto a
limpo, o que só é possível de acontecer se a comunidade abraçar esta meta e promover a alternância de poder. Esta
alternância é justamente um dos grandes pilares da democracia. Quando ela não
acontece, abre-se caminho para excessos de poder, preservação de interesses
pessoais e o surgimento de problemas mais graves, como a corrupção.
Ao trabalharmos para a reconstrução
democrática do IFRO, também combateremos
o chamado coleguismo leniente. Não se pode admitir que a bagagem
(conhecimentos, experiências e competências) trazida pelos servidores ao
Instituto, mediante o concurso público ou a contratação, no caso de professores
substitutos, seja desconsiderada na hora do preenchimento de cargos ou funções
gratificadas. As expressões que ouvimos hoje, como “nada para os inimigos, tudo
para os amigos”, ou “aos amigos do rei o benefício da lei, aos inimigos o rigor
dela”, dentre outras, não precisarão mais ser pronunciadas.
Ao combatermos o coleguismo leniente, também
estaremos prevenindo a ocorrência de práticas tipificadas no Código Penal
Brasileiro, como a condescendência criminosa (Art. 320). Temos plena convicção
de que isto resultará em uma significativa melhoria nas relações interpessoais
no âmbito do IFRO, isto é, entre professores e técnicos, professores e
estudantes, técnicos e estudantes, gestores e não gestores e etc. Em suma, a
reconstrução democrática promoverá a harmonia institucional.
Ouvidoria
Ainda visando a reconstrução democrática do IFRO,
vamos implementar a eleição para Ouvidor, para que seja efetuado um trabalho
isento da Reitoria. Hoje, a Ouvidoria do Instituto Federal de Rondônia é a unidade setorial
diretamente subordinada à autoridade superior do IFRO, ou seja, ao reitor. É
ele quem escolhe o Ouvidor e este deve ser, conforme a Resolução nº 58/REIT -
CONSUP/IFRO, de 30 de outubro de 2019 (que dispõe sobre a aprovação do Regimento
Interno da Ouvidoria e de Acesso à Informação no âmbito do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia), preferencialmente, servidor
ocupante de cargo efetivo do IFRO, ter no mínimo três anos de efetivo exercício
em instituição pública e conduta ética ilibada. Consideramos que a escolha deva
ser feita através do voto.
Ensino
Com o objetivo de melhorar o ensino e a aprendizagem,
produzindo simultaneamente efeitos positivos sobre a permanência e o êxito, desencadearemos
um processo de revisão das resoluções e demais normas concernentes aos cursos
ofertados pelo IFRO, para reestabelecer cargas horárias de disciplinas
específicas, indispensáveis à boa formação dos nossos atuais e dos futuros
alunos. Obviamente que o que está bom, pode (e atuaremos para) ser melhorado.
Muitos cursos, especialmente de licenciatura, estão
praticamente fechando as portas porque seus Projetos Políticos Pedagógicos
(PPCs) são ruins. E o são porque foram construídos e/ou reformulados seguindo-se
normas e diretrizes piores ainda. Esses cursos acabaram engessados por força de
normas que simplesmente refletem o pensamento de personalidades encasteladas no
MEC, viciadas em ditar normas para os outros, de seus confortáveis gabinetes, mas
que há muito não mais conhecem a realidade da Educação. E o pior de tudo: essas
normas passaram pela Reitoria sem o imprescindível filtro. O resultado é o que
nós conhecemos.
Vamos reverter essa situação. Muitas disciplinas de
muitos cursos, que “roubaram” carga horária de específicas, podem e se tornarão
optativas ou serão condensadas, para serem ofertadas de forma mais objetiva e
produtiva para o aluno. Faremos isso e resgataremos os cursos da instituição
que precisarem ser socorridos, não nos esquecendo das suas estruturas físicas e
relações interpessoais, humanas, para proporcionar um ambiente de ensino e
aprendizagem melhor. Vamos trabalhar firmemente para que os cursos do IFRO
(integrado, concomitante, subsequente, bacharelado, licenciatura, tecnólogo,
pós-graduação e etc.) sejam todos nivelados e reconhecidos pela excelência!
Ainda em relação ao ensino, vamos articular com as
direções-gerais dos campi, ações de acolhimento e nivelamento dos alunos
ingressantes, com o propósito de melhorar os indicadores de permanência e êxito
de cada campus e obter uma redução efetiva da reprovação e da evasão escolar. O
ponto de partida para que a meta seja atingida são as ações realizadas antes do
início regular das aulas, pelo campus Calama, neste ano. As ações foram
planejadas com foco no ensino das disciplinas de Português e Matemática para os
alunos dos primeiros anos e em atividades práticas para segundo e terceiro anos
do ensino médio. Nosso objetivo é também incluior o ensino superior.
Ingresso em curso
superior
Vamos reformular a forma de ingresso nos cursos
superiores. Nosso objetivo a ser alcançado é a implementação da verticalização
do ensino para o ingresso dos estudantes dos cursos técnicos do IFRO aos cursos
de nível superior. Hoje, basicamente o critério para ingresso são as notas
obtidas no ensino médio. Por diversos motivos, entre as quais o maior número de
disciplinas das matrizes curriculares dos nossos cursos, em comparação com as
matrizes das escolas da rede estadual de ensino, em geral, nossos alunos
concluem o ensino médio com notas mais baixas que as dos alunos das estaduais.
Resultado, estes acabam sendo a grande maioria em cada nova turma dos nossos
cursos. A verticalização hoje possibilita ao docente do IFRO uma atuação nos
diferentes níveis e modalidades abarcados pela instituição. Vamos estendê-la
aos nossos estudantes.
Pesquisa e inovação
Na área de pesquisa e inovação, é nosso objetivo
estabelecer diretrizes prioritárias, mediante análise dos grupos de pesquisa
existentes e consulta à comunidade, com avaliações periódicas sobre o
desempenho, relevância e impacto destas diretrizes, no sentido de se fortalecer
ações que estão dando certo e corrigir rumos das que não apresentarem os
resultados esperados pelos grupos. Faremos isto sempre levando em consideração
as especificidades e a relevância das pesquisas nas áreas de humanas, ciências
da natureza e exatas.
Vamos proporcionar uma interação entre os grupos de
pesquisa e os arranjos produtivos locais e empresas, para fomentar a realização
de pesquisas aplicadas, voltadas para o desenvolvimento regional e a inovação,
em conformidade com a especificidade de cada campi e áreas (humanas, ciências
da natureza e exatas). Se necessário, faremos parcerias com Ministérios, como
Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Agricultura, Saúde, Esportes,
dentre outros, tanto para obtenção de expertise como para captação de recursos.
Também promoveremos uma interação entre
pesquisadores mais experientes do IFRO com os menos experientes, considerando
suas especificidades, para que a Instituição tenha mais professores engajados
com a pesquisa e, consequentemente, mais alunos. Com isto, poderemos formar uma
rede capilar, que, por analogia, para fim didático, podemos comparar como a dos
dispositivos inteligentes embutidos em ambientes que se comunicam por banda
larga. Na ponta desta rede, teremos mais alunos desenvolvendo seus Trabalhos de
Conclusão de Curso, obtendo experiência com a iniciação científica e se
capacitando profissionalmente. E ainda contribuindo para a harmonia
institucional mencionada acima.
A troca de experiências também contribui para que a
instituição tenha mais projetos de pesquisa em andamento e melhore sua produção
científica. Aliás, neste quesito, vamos ampliar o financiamento de publicações
de servidores e estudantes, em periódicos especializados, com o que apoiaremos,
ainda, dentro de áreas prioritárias e dos grupos de pesquisa, novas propostas
de Mestrado Profissional e Mestrado Acadêmico com participação Multicampi.
Extensão
Semelhantemente ao que propomos para a pesquisa e a
inovação, queremos implementar na extensão. A extensão é um processo
tecnológico, cultural e desportivo, articulado ao ensino e à pesquisa de forma
indissociável. Muitas ações foram implementadas nos últimos anos, mas muitas
das atribuições foram negligenciadas. Vamos consertar isso.
A Pró-Reitoria de Extensão vai efetivamente promover
e apoiar o desenvolvimento de ações de integração entre o Instituto, empresas e
comunidade, especialmente nas áreas de acompanhamento ao egresso e estágio.
Especificamente em relação ao egresso, vamos manter estreita relação com o
setor produtivo, para sua colocação no mercado de trabalho.
Também vai propor políticas e diretrizes de
desenvolvimento de suas atividades, em harmonia com demais Pró-Reitorias
(quando necessário), bem como avaliar sua implementação e, especialmente, os
resultados, para reforçar o apoio ao que está dando certo e corrigir rumos do
que vem dando errado.
Editais
Especificamente sobre os editais da Reitoria para a
execução de projetos de ensino, extensão e pesquisa e inovação, nosso objetivo
é democratizá-los, reduzindo itens requeridos tanto para a submissão do projeto
como para a prestação de contas. Hoje, o rigor para submeter um projeto de
iniciação científica é praticamente o mesmo exigido de um candidato a
doutorado. Além disso, você ainda tem que preencher um formulário no qual tem
que informar os dados da(o) bolsista. Porém não fica claro quando esse bolsista
foi selecionado, tampouco e qual foi o critério de seleção utilizado.
Ainda sobre os bolsistas, na atual gestão, o
critério para a obtenção de bolsa é a indicação (grifo meu) do proponente do projeto. Não
ocorre uma disputa, por meio de um processo de seleção. Por que? Porque as
Pró-Reitorias não se organizam para isso. Não o fazem por quê? Por que estão
acostumadas ao coleguismo leniente, que é o embrião da autocracia e de crimes
como o de condescendência criminosa? Vamos consertar isso promovendo a
reconstrução democrática do IFRO e buscar respostas para essas indagações
passando-o a limpo!
NAPNE
A Resolução nº 35/REIT - CONSUP/IFRO, de 2 de junho
de 2020, dispõe sobre a aprovação do Regulamento dos Núcleos de Atendimento às
Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNEs) no âmbito do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO. O
Regulamento dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais
Específicas (NAPNE) disciplina a organização, o funcionamento, os fluxos e suas
atribuições nos campi do IFRO. O documento estabelece:
CAPÍTULO V
DAS ATRIBUIÇÕES
Art. 12 São
atribuições do (a) Coordenador (a) do NAPNE no campus:
IV - Desenvolver, de forma articulada com
o ensino, ações de cunho multiprofissional e multidisciplinar, voltadas ao
processo de avaliação, diagnóstico e intervenção dos estudantes com
necessidades educacionais específicas;
Art. 15 São atribuições
dos demais membros do NAPNE no campus:
II - Fazer
registros referentes aos atendimentos do NAPNE;
III - Subsidiar a adaptação curricular
necessária conforme as necessidades dos estudantes em consonância com os
fundamentos legais, científicos e tecnológicos;
VII - Estabelecer a articulação e
intercâmbio com os professores da sala de aula regular, visando desenvolver
atividades próprias do NAPNE de acordo com as necessidades educacionais
específicas do estudante;
CAPÍTULO VI
DOS DIREITOS E
DEVERES DOS COMPONENTES SERVIDORES
Art. 17 São Deveres dos servidores
nomeados:
VI - Participar da elaboração do Plano
Individual de Acompanhamento e/ou Plano Educacional Individualizado (PEI) dos
estudantes;
Em nosso mandato Pro Tempore, faremos com que
a Resolução supracitada seja efetivamente cumprida. As atribuições de cada servidor
no processo de ensino e aprendizagem dos alunos com necessidades especiais
específicas serão bem delimitadas e definidas. Você, professor, em nosso
mandato, não receberá e-mail da Direção de Ensino do seu campus lhe cobrando a
elaboração de um plano de ensino específico para o aluno atendido pelo NAPNE,
porque este núcleo não só ficará responsável por todo acompanhamento dado ao estudante,
tendo, inclusive, a atribuição de fazer um processo no SEI para registrar esse acompanhamento,
como também se reunirá com os docentes para discutir, planejar e organizar o
trabalho pedagógico e orientar o atendimento específico.
Em nosso mandato Pro Tempore, você, docente, será
municiado de atividades didático-pedagógicas específicas, para fins de
adaptações metodológicas/curriculares, para trabalhar com o estudante atendido.
Quanto ao plano acima mencionado, ele será construído coletivamente pelo NAPNE,
setor pedagógico, coordenações de cursos, assistência estudantil e demais profissionais
envolvidos no processo pedagógico, não apenas por você. Hoje, querem que você
faça algo para a(o) qual não está devidamente preparada(o). É como se quisessem
que você elaborasse algo para ter o que mostrar se um dia alguém quiser ver, o
equivalente a “algo para inglês ver”. As pessoas com necessidades especiais
merecem mais respeito!
Se depender da atual gestão, também caberá aos docentes,
em conjunto com o NAPNE e Setor Pedagógico, emitir relatório individual para
cada discente atendido, contendo informações sobre os aspectos formativos e de
desempenho curricular do estudante com deficiências ou outras necessidades
educacionais específicas, em sua disciplina e identificar
barreiras externas ao desenvolvimento do processo escolar na sala de aula (grifo meu). Meu compromisso é reverter
isso. Na Reitoria, faremos com que o NAPNE e Setor Pedagógico emitam esse
relatório e identifiquem tais barreiras, com o auxílio do docente.
Como se pode ver, a proposta da atual gestão é fazer
de você, docente, um burocráta confeccionador de relatórios e preenchedor de fichas.
Isso não é razoável, porque, como eu, você tem dezenas e dezenas de alunos para
ajudar a construir conhecimentos no âmbito da sala de aula. Estes, assim como
os portadores de necessidades especiais específicas, não podem ser
negligenciados, o que fatalmente acabará acontecendo se você ficar
sobrecarregada(o). Ou acabará adoecendo. Se eles não importam com isso, eu me
importo. A solução, então, é dividir o peso do “piano”, para que não pese mais
para o lado de um, que, neste caso, se depender da atual gestão, será o dos
docentes. Nada de coleguismo leniente, como abordamos acima.
RESUMO DOS
OBJETIVOS E METAS
1. Passar o IFRO a limpo, também pondo fim à
tendência autocrática em curso e a interesses pessoais e/ou político-partidários,
devolvendo-o à sociedade rondoniense totalmente público e de qualidade, como
tem que ser;
2. Acabar com o coleguismo leniente (“tudo para
os amigos, nada para os inimigos”), aproveitando conhecimentos, experiências e
competências trazidas pelos servidores ao Instituto, mediante o concurso
público ou a contratação, no caso de professores substitutos, na hora do
preenchimento de cargos ou funções gratificadas;
3. Eleger o Ouvidor do IFRO, para que tenha um
trabalho mais isento, particularmente em relação ao Reitor, já que hoje é este
quem o escolhe, preferencialmente, dentre os servidores ocupantes de cargo
efetivo do Instituto;
4. Promover a revisão das resoluções e demais
normas concernentes aos cursos ofertados pelo IFRO, especialmente daqueles que
necessitam de intervenção para melhorar os índices de permanência e êxito,
visando reestabelecer cargas horárias de disciplinas específicas,
indispensáveis à boa formação dos atuais e dos futuros alunos do Instituto;
5. Estender aos estudantes dos cursos de nível
médio do IFRO, a verticalização que hoje possibilita ao docente uma atuação nos
diferentes níveis e modalidades abarcados pela instituição, para corrigir a
distorção existente hoje que prejudica o ingresso dos mesmos aos cursos
superiores ofertados pela instituição;
6. Estabelecer diretrizes prioritárias para a
pesquisa e inovação, estimular a cooperação entre servidores mais experientes e
menos experientes, por grupo de pesquisa, para formar uma rede capilar que
amplie a execução de projetos de iniciação científica e TCC, de modo a aumentar
a produção científica do Instituto;
7. Fazer com que a Pró-Reitoria de Extensão
efetivamente promova e apoie o desenvolvimento de ações de integração entre o Instituto,
empresas e comunidade, especialmente nas áreas de acompanhamento ao egresso e
estágio, focando nos resultados, para incentivar o que deu certo e corrigir o
que deu errado;
8. Democratizar o acesso a bolsas em projetos
de pesquisa e inovação, extensão e ensino, fazendo com que as respectivas
Pró-Reitorias se organizem e lancem editais específicos para este fim, para
possibilitar a seleção de bolsistas por meio de ampla concorrência;
9. Tornar o NAPNE e o Setor Pedagógico
responsáveis por emitir relatório individual para cada discente atendido e por identificar
barreiras externas ao desenvolvimento do processo escolar na sala de aula;
10. Trocar todos os pró-reitores e cargos equivalentes
na Reitoria da atual gestão. Nenhum conselho vai tirar prerrogativas legais do
Reitor, seja ele Pro Tempore ou não, comigo à frente do IFRO. Nenhum!
Uma caneta nomeou, a outra, em meu poder, vai exonerar. O interesse público
prevalecerá!
DR. RENATO FERNANDO
MENEGAZZO
Candidato a Reitor Pro
Tempore
